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A imagem fotográfica tem sido imperativa nas relações sociais, no consumo e nos afetos, como também é dispositivo fundamental para a arte e para as linguagens artísticas no contemporâneo. A afirmação de que a arte contemporânea tornou-se inteira fotográfica, diz respeito a um TRÂNSITO em que as categorias da arte negociam com a imagem técnica a fim de que seja tanto o meio, quanto o fim na realização de um trabalho. A aproximação de nós espectadores a uma obra de arte tem acontecido, desde o inicio do século XX, por intermédio da fotografia – ocupa os livros de história, a busca online e as redes sociais -, como também tem se configurado um destino almejado de muitas obras, independentemente da linguagem -pintura, desenho, escultura, objeto, instalação, arquitetura, performance etc. – passagem de um lugar (site) a outro.

O trânsito das categorias artísticas e suas quebras e rompimentos, parece ter sido também estimulado pela inserção da fotografia, a princípio como documento e registro, no campo da arte. E desta forma, se valendo do próprio status de ser arte, que a imagem técnica fotográfica se reorienta do documental e se torna prática, linguagem e, ao mesmo tempo, espaço de arte. Tais interfaces possíveis da imagem fazem dela historicamente artifício de poder e dominação no campo da cultura. Faz com que nós, sujeitos regulados pela cultura, transitemos de um estado ou situação a outro.

O trânsito cultural está marcado pela administração, por vezes, imagética. Não só a afluência, tráfego de pessoas por vias terrestres, marítimas e aéreas – como foi o processo de colonização de muitos territórios e como hoje se estabelece a dinâmica do turismo, mas sim através da circulação de imagens que dizem de um tempo, de um território, de um povo e de uma cultura. A inquietação de pensar como o trânsito cultural ajudou a marginalizar sujeitos e inferir identidades estereotipadas através das imagens, assim como deu a ver diversos povos, seus modos de vida, pensamento, fazeres e tradições.

Como acompanhar o trânsito das imagens e os discursos que as movimentam? As IMAGENS EM TRÂNSITO deslocam o que afinal?

Neste ano de 2021 o FÓRUM DA IMAGEM, que integra o Programa de Pesquisa e Formação da GHM, entra em sua segunda edição, reforçando o caráter de um projeto que se orienta na formação e difusão, a partir da crítica sobre o trato entre imagem e cultura em seus contextos contemporâneos.

O segundo FÓRUM DA IMAGEM – IMAGENS EM TRÂNSITO da Galeria Homero Massena reafirma o incentivo da produção e formação crítica por meio da arte, além de promover a divulgação de artistas, críticos, pesquisadores e educadores.

Nicolas Soares

Coordenador GHM


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